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Por Augusto Portugal
Diretor Técnico na Foreducation EdTech, Mestre pela UNICAMP e especialista em adoção e implantação de tecnologias Google for Education. Trabalha com o G Suite desde 2008.
Segurança digital na educação está cada vez mais presente no dia a dia, principalmente pelos benefícios que as tecnologias nos propiciam. Em função do momento especialmente adverso e das consequências da COVID-19, podemos considerar que este ambiente digital nunca foi tão importante e necessário como agora. Como dizia meu professor de Ecologia de Populações: “tudo na vida é um trade-off”. Quanto mais aproveitamos as tecnologias, mais atrelamos processos a elas e mais críticas
às características de segurança serão.
Nesse sentido, quanto mais conhecemos sobre este assunto ou quanto mais vivemos neste mundo “tecnológico”, ficamos sabendo de casos assustadores de falhas de tecnologia que geram riscos, incidentes e mesmo acidentes.
O Google é se destaca positivamente neste cenário cada vez mais sombrio e inexorável. Talvez é a única empresa considerada como gigante da tecnologia, justamente por não ter permitido até hoje falhas de segurança que tenham levado à exposição de senhas ou dados sensíveis. Talvez um dos motivos para esta segurança esteja relacionado à duas características dos produtos do Google que considero as mais relevantes.
A primeira delas é o que eu costumo chamar de “tecnologia que simplesmente funciona”. O funcionamento dos produtos do Google permite que o usuário simplesmente use aquela tecnologia, sem que tenha que aprender muita coisa sobre ela. É meio que o inverso do que chamamos de curva de aprendizagem. Em vez de aprender rápido, é permitir que o usuário não tenha que saber quase nada para conseguir usar aquela tecnologia.
A outra característica é o que o Google chama de secure by design, que traduzindo ao pé da letra seria intrinsecamente seguro. Significa que o usuário do produto não precisa fazer ou aprender ativamente nada para que o uso do produto se torne seguro. Enfim, já é seguro por natureza.
Quando combinamos estas duas características, percebemos que fica fácil garantir a segurança dos estudantes e do ambiente escolar. Imagine se você tem uma tecnologia que funciona sem que não há necessidade de aprender muita coisa para conseguir usar e o simples uso é o que a mantém segura. Sim, grande parte do problema de segurança está resolvido com “by design”.
Mas existem dois aspectos, dentre muitos, que se destacam quando falamos de educação e segurança. Um deles se refere a necessidade de garantir e fornecer experiências seguras para nossas crianças em idade escolar, inclusive dentro do ambiente digital. O outro aspecto é em relação a necessidade de fazer com que as crianças aprendam a usar e se comportar de forma segura no ambiente digital. O que de fato não é diferente do mundo real, é apenas uma parte ¨especial” dele.
A primeira abordagem para este problema sempre foi a de proibir o uso da tecnologia que pode trazer riscos. Aparentemente, isso resolve o problema na raiz e por muito tempo, em especial no Brasil, a abordagem sempre foi esta quando se trata de quase toda a educação básica. Basta banir a tecnologia de dentro da escola que os riscos que ela traz estão mitigados.
Por outro lado, vimos que o mundo “fora da escola” invadiu a escola literalmente. Um exemplo na prática é quando o aluno traz no bolso o “maldito do celular com acesso à internet”. Neste cenário, ficou para o plano B a escola trabalhar a educação de forma consciente para tornar o ambiente digital seguro. É a cidadania digital fazendo efeito.
Percebemos que a medida que a tecnologia foi entrando na escola, os principais pontos vulneráveis ficaram para o computador ou o aparelho que o aluno usa para ter acesso e interagir com o ambiente ou ferramentas digitais. É a partir daí, que em tempos de coronavírus, este aluno fica mais exposto, com possibilidade de riscos à segurança digital. E o computador tradicional que temos na escola, geralmente aquele que fica no laboratório de informática, é de certa forma, o inverso do que falamos sobre uma tecnologia que funciona e com segura. Ou seja, esta estação é facilmente infectável, que para resolver o problema é necessário conhecer um tanto de tecnologia entre elas: saber instalar software antivírus; passar o software; constatar se resolveu; formatar; fazer backup; restaurar backup; atualizar o sistema operacional. De fato não é uma tecnologia que simplesmente funciona. Obrigatoriamente é preciso saber e fazer muita coisa para que o computador esteja seguro.
Eis que então, em 2012 percebemos um outro movimento. Cada vez mais alunos usando tecnologia para atividades de aprendizagem, com destaque para o uso “em nuvem”. De lá pra cá, este uso vem aumento, mas devemos lembrar que a “a nuvem”, faz parte do que chamamos amplamente de internet, onde tem de tudo, inclusive regras, mas ao mesmo um ambiente todo o tempo aberto e inseguro. Comparo mais ou menos como a ferramenta “e-mail”, que originalmente não foi projetada para ser intrinsecamente segura e projetada para ser uma carta eletrônica. E, assim como uma carta física, é passível de ser interceptada, aberta, roubada e alterada no caminho entre o remetente e o destinatário.
Já no caso do Chrome OS – o sistema operacional por trás do Chromebook – foi repensado do zero. Os engenheiros do Google desenharam a solução para garantir a segurança em primeiro lugar, sem depender de conhecimento prévio do aluno e sem exigir que o equipamento fosse exclusivo, tornando a solução realmente segura e acessível do ponto de vista financeiro. Ou seja, trata-se de um equipamento infinitamente compartilhável entre os alunos, com segurança garantida, já que é totalmente gerenciado pela instituição de ensino. O equipamento trabalha no conceito de camadas, ou sistemas redundantes, de forma que, se uma camada consegue ser quebrada, a próxima vai impedir a propagação do problema e retornar o computador a um estado seguro.
Por fim, o mais importante é que tudo isso acontece simplesmente usando o computador para aprender na escola e o aluno não precisa fazer nada de especial. Basta, no dia a dia ligar e desligar o Chromebook, que ele estará seguro, e portanto, ampliando a segurança com as atualizações recebidas automaticamente.
Diretor Técnico na Foreducation EdTech, Mestre pela UNICAMP e especialista em adoção e implantação de tecnologias Google for Education. Trabalha com o G Suite desde 2008.
Segurança digital na educação está cada vez mais presente no dia a dia, principalmente pelos benefícios que as tecnologias nos propiciam. Em função do momento especialmente adverso e das consequências da COVID-19, podemos considerar que este ambiente digital nunca foi tão importante e necessário como agora. Como dizia meu professor de Ecologia de Populações: “tudo na vida é um trade-off”. Quanto mais aproveitamos as tecnologias, mais atrelamos processos a elas e mais críticas
às características de segurança serão.
Nesse sentido, quanto mais conhecemos sobre este assunto ou quanto mais vivemos neste mundo “tecnológico”, ficamos sabendo de casos assustadores de falhas de tecnologia que geram riscos, incidentes e mesmo acidentes.
O Google é se destaca positivamente neste cenário cada vez mais sombrio e inexorável. Talvez é a única empresa considerada como gigante da tecnologia, justamente por não ter permitido até hoje falhas de segurança que tenham levado à exposição de senhas ou dados sensíveis. Talvez um dos motivos para esta segurança esteja relacionado à duas características dos produtos do Google que considero as mais relevantes.
A primeira delas é o que eu costumo chamar de “tecnologia que simplesmente funciona”. O funcionamento dos produtos do Google permite que o usuário simplesmente use aquela tecnologia, sem que tenha que aprender muita coisa sobre ela. É meio que o inverso do que chamamos de curva de aprendizagem. Em vez de aprender rápido, é permitir que o usuário não tenha que saber quase nada para conseguir usar aquela tecnologia.
A outra característica é o que o Google chama de secure by design, que traduzindo ao pé da letra seria intrinsecamente seguro. Significa que o usuário do produto não precisa fazer ou aprender ativamente nada para que o uso do produto se torne seguro. Enfim, já é seguro por natureza.
Quando combinamos estas duas características, percebemos que fica fácil garantir a segurança dos estudantes e do ambiente escolar. Imagine se você tem uma tecnologia que funciona sem que não há necessidade de aprender muita coisa para conseguir usar e o simples uso é o que a mantém segura. Sim, grande parte do problema de segurança está resolvido com “by design”.
Mas existem dois aspectos, dentre muitos, que se destacam quando falamos de educação e segurança. Um deles se refere a necessidade de garantir e fornecer experiências seguras para nossas crianças em idade escolar, inclusive dentro do ambiente digital. O outro aspecto é em relação a necessidade de fazer com que as crianças aprendam a usar e se comportar de forma segura no ambiente digital. O que de fato não é diferente do mundo real, é apenas uma parte ¨especial” dele.
A primeira abordagem para este problema sempre foi a de proibir o uso da tecnologia que pode trazer riscos. Aparentemente, isso resolve o problema na raiz e por muito tempo, em especial no Brasil, a abordagem sempre foi esta quando se trata de quase toda a educação básica. Basta banir a tecnologia de dentro da escola que os riscos que ela traz estão mitigados.
Por outro lado, vimos que o mundo “fora da escola” invadiu a escola literalmente. Um exemplo na prática é quando o aluno traz no bolso o “maldito do celular com acesso à internet”. Neste cenário, ficou para o plano B a escola trabalhar a educação de forma consciente para tornar o ambiente digital seguro. É a cidadania digital fazendo efeito.
Percebemos que a medida que a tecnologia foi entrando na escola, os principais pontos vulneráveis ficaram para o computador ou o aparelho que o aluno usa para ter acesso e interagir com o ambiente ou ferramentas digitais. É a partir daí, que em tempos de coronavírus, este aluno fica mais exposto, com possibilidade de riscos à segurança digital. E o computador tradicional que temos na escola, geralmente aquele que fica no laboratório de informática, é de certa forma, o inverso do que falamos sobre uma tecnologia que funciona e com segura. Ou seja, esta estação é facilmente infectável, que para resolver o problema é necessário conhecer um tanto de tecnologia entre elas: saber instalar software antivírus; passar o software; constatar se resolveu; formatar; fazer backup; restaurar backup; atualizar o sistema operacional. De fato não é uma tecnologia que simplesmente funciona. Obrigatoriamente é preciso saber e fazer muita coisa para que o computador esteja seguro.
Eis que então, em 2012 percebemos um outro movimento. Cada vez mais alunos usando tecnologia para atividades de aprendizagem, com destaque para o uso “em nuvem”. De lá pra cá, este uso vem aumento, mas devemos lembrar que a “a nuvem”, faz parte do que chamamos amplamente de internet, onde tem de tudo, inclusive regras, mas ao mesmo um ambiente todo o tempo aberto e inseguro. Comparo mais ou menos como a ferramenta “e-mail”, que originalmente não foi projetada para ser intrinsecamente segura e projetada para ser uma carta eletrônica. E, assim como uma carta física, é passível de ser interceptada, aberta, roubada e alterada no caminho entre o remetente e o destinatário.
Já no caso do Chrome OS – o sistema operacional por trás do Chromebook – foi repensado do zero. Os engenheiros do Google desenharam a solução para garantir a segurança em primeiro lugar, sem depender de conhecimento prévio do aluno e sem exigir que o equipamento fosse exclusivo, tornando a solução realmente segura e acessível do ponto de vista financeiro. Ou seja, trata-se de um equipamento infinitamente compartilhável entre os alunos, com segurança garantida, já que é totalmente gerenciado pela instituição de ensino. O equipamento trabalha no conceito de camadas, ou sistemas redundantes, de forma que, se uma camada consegue ser quebrada, a próxima vai impedir a propagação do problema e retornar o computador a um estado seguro.
Por fim, o mais importante é que tudo isso acontece simplesmente usando o computador para aprender na escola e o aluno não precisa fazer nada de especial. Basta, no dia a dia ligar e desligar o Chromebook, que ele estará seguro, e portanto, ampliando a segurança com as atualizações recebidas automaticamente.