<strong>A humanização da tecnologia</strong>

A humanização da tecnologia

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Por Maira Tangerino, Coordenadora de Projetos na Foreducation EdTech

Tempo estimado de leitura: 4 min e 45 seg

Nasci, como quase todos os adultos na faixa dos 40 anos, em um mundo analógico. Arranco boas e saudosas risadas das pessoas quando conto esta história: Eu tinha 18 anos, era meu primeiro emprego formal. No dia do pagamento, eu tinha que ir pessoalmente ao banco para receber meu suado dinheiro. Na mesma rua, em frente uma da outra, havia duas agências do mesmo banco. Eu só podia sacar o pagamento em uma delas: literalmente, eu existia em uma agência e na outra era uma desconhecida. Você, leitor, já passou por isso?

Comecei com esta história e meu objetivo neste texto é muito específico: vou tratar da humanização da tecnologia e como ela interfere diretamente na nossa relação com a vida.

É fato inegável que nunca antes experimentamos um avanço das tecnologias de forma tão rápida e exponencial. Se tomarmos o exemplo acima, em aproximadamente 10 anos, eu não só parei de frequentar os bancos, como também passei a ter ao meu alcance todo o meu suado dinheiro em um smartphone que posso levar por todos os lados! Isso é equivalente a constatar que a tecnologia, hoje, me poupa tempo e deslocamento! Mas, por que mesmo diante de tanto avanço, há críticas e resistências ao mundo digital?

O primeiro grande argumento dos detratores digitais está na afirmação de que a tecnologia nos afasta da nossa humanidade. Este tipo de resistência tem uma relação direta com a insegurança que o avanço rápido da tecnologia provoca. Há quem resista a usar, pois tem medo de não saber lidar. Muito provavelmente, estes detratores ficam presos ou rendidos a uma lógica arcaica de apertar botões e não entendem como a tecnologia funciona. Estas pessoas apresentam uma dificuldade em entender o contexto dos avanços e, provavelmente, ficam sonhando com a ferramenta que ainda não existe e não conseguem se focar nos benefícios que já são realidade. É algo como desejar um teletransporte que te leve até o banco e não usar o aplicativo para fazer as movimentações financeiras direto de casa, por exemplo.

Humanizar a tecnologia significa buscar que ela seja cada vez mais acessível e intuitiva, oportunizando acesso para todas as pessoas. Por isso que os recursos são constantemente renovados e aprimorados. Além disso, há também uma busca cada vez maior pela ética nos recursos, entendendo, aqui, que tanto o uso como os fins não sejam abusivos ou prejudiciais, tornando a tecnologia mais empática e responsável.

Entretanto, não basta apenas que o recurso ou quem os cria pense na humanização. Saber usar e refletir sobre uma tecnologia é, e sempre será, uma responsabilidade humana. Somos nós, seres pensantes, que apontamos caminhos e ajudamos a corrigir rotas na medida em que nos tornamos mais fluentes e empoderados dos usos digitais.

A humanização da tecnologia é uma abordagem que busca garantir que a tecnologia esteja a serviço das pessoas, não o contrário. Como exemplo, vale lembrar que a escola, em muitos cenários, só foi possível durante o período mais restritivo da pandemia pois já havia tecnologia capaz de conectar os humanos. O avanço estava na possibilidade de conexão e não em deixar máquinas ensinando. É importante também lembrar que a medicina salva mais e mais vidas pois já é muito mais possível diagnósticos precisos e cada vez mais rápidos.

Finalizo com um clichê pertinente: você pode escolher ser parte do problema ou da solução. No que tange à tecnologia, quando você aprende a usar melhor, você a humaniza e é parte da solução!

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