Pensamento Computacional

Pensamento Computacional

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A reflexão sobre o ensino de Computação e como realizá-lo nas escolas não é nova e passa por muitos assuntos diferentes, entre eles, o Pensamento Computacional (PC). Nesse campo, práticas relacionadas à programação, à robótica e às abordagens Maker e STEAM (Science, Technology, Engineer, Arts and Math) dominam o imaginário e o fazer pedagógico. Isso se deve, em parte, pelo fato de que essa abordagem nasce na Ciência da Computação e é traduzida pela escola em ações eletivas. Contudo, é importante refletir sobre o conceito de Pensamento Computacional.

Pensamento Computacional é uma competência adquirida e deve ser compreendido como uma condição cognitiva para a resolução de problemas que tem sua base na forma lógico-algorítmica com a qual os computadores processam as informações. Ao impulsionarmos a aprendizagem por meio do PC, desafios complexos se tornam resolvidos por meio de estratégias que os tornam mais simples e gerenciáveis. O processamento dos desafios é mais tangível para os estudantes na medida que eles se apropriam de seus principais pilares: a decomposição, o reconhecimento de padrão, a abstração e a construção de algoritmos. Por isso, não podemos restringir a aplicação desse processo às áreas da Computação e das Exatas, pois atividades das Humanidades, das Biológicas e das Artes também podem se beneficiar bastante ao trazer para si experiências para o desenvolvimento do Pensamento Computacional.

Veja só, a leitura de um gráfico pode se realizar por meio das etapas do PC. Ao observar a imagem, o aluno pode decompor em partes menores e, ao reconhecer os padrões de leitura, identificar a lógica da imagem, abstraindo o que é essencial naquela leitura não-verbal. Ao organizar a legenda da figura, o estudante é levado a descrever sua leitura, o que chamaremos de algoritmo. Assim, receitas, listas de instrução, fórmulas, textos para comandos, fluxogramas, entre outros, são estratégias algorítmicas. Claro que, ao desenvolver desafios programáveis, os estudantes alcançam graus elevados de PC, mas estratégias interdisciplinares e desplugadas são aliadas importantes para que o estudante desenvolva capacidades cognitivas que tornem o processamento de situações difíceis mais rápidas e eficientes. Assim, desenvolver o raciocínio por meio do Pensamento Computacional não é uma regra da Matemática e da Computação, mas um dever do currículo como um todo.

Recentemente, foi homologada a resolução que define normas sobre Computação na Educação Básica, em complemento à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Entre as habilidades propostas, as referidas ao Pensamento Computacional são as mais complexas e aparecem em maior quantidade. Portanto, embora seja um assunto antigo, será importante que todas as instituições busquem incorporar e implementar o ensino dessas novas habilidades aos alunos. Entre tantas questões relevantes e desafios, proporcionar aos professores momentos de discussão e formação, reorganizar o currículo e identificar onde existem oportunidades de promoção deste campo se faz essencial para que os alunos sejam contemplados por essa que é uma das grandes competências deste século.

Sabrina Gonçalves – Coordenadora de Projetos da Foreducation EdTech

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